Levem seus filhos ao Oftalmologista

Este é um relato e alerta importante contato por Dani Pacces:
Escrevo para alertar a maior quantidade possível de familiares de crianças até os 7 anos de idade sobre o problema visual que foi diagnosticado em janeiro desse ano, durante as férias, na Cristiana. A notícia de qualquer doença em nossos filhos nos parece desesperadora, e assim o foi durante a consulta com o oftalmologista nos primeiros 5 minutos após a conclusão do diagnóstico. Mas foi nessa mesma consulta que decidi não sofrer com isso e agradecer por não ser algo que a prejudicará durante toda a vida, e principalmente, porque HÁ tratamento.

Minha filha está usando óculos e tampão na escola. Esse é o tratamento para a doença dela, a AMBLIOPIA. Congênita, essa doença acomete 1-2 a cada 100 crianças. A grande questão é que essa doença PRECISA ser tratada até o final dos 6 anos de idade e portanto, temos apenas 1 ½ ano pela frente de tratamento duro, disciplinado, consistente, consciente. Caso esse diagnóstico tivesse ocorrido há mais tempo, maior seria o período de tratamento e assim, maiores as chances de sucesso. Não faz parte do protocolo do pediatra da Cris solicitar teste oftalmológico (acuidade visual) para todos seus pacientes com 2-3 anos de idade. Também não faz parte do protocolo da Escola da Cris solicitar esse mesmo teste para os pequenos ingressando no estudo infantil. A Escola o faz no I5 considerando ser esse momento especial e importante para a visão já que se inicia a pré-alfabetização. Ok para as crianças que precisam usar óculos. Mas é tarde para as crianças que possam ter o diagnóstico da Ambliopia. Importante: muitos casos de Ambliopia não têm sintomas! E foi o que ocorreu com a Cris!

Tentando explicar de uma maneira simples, depois de já ter devorado milhares de artigos sobre o assunto, com a Ambliopia (também conhecida como “doença do olho preguiçoso”) a visão de um dos olhos não se desenvolve adequadamente. Além dela ter 4º de hipermetropia em apenas um olho (o que foi a causa da doença), sem o desenvolvimento correto da visão ela alcança apenas 25% da visão em um dos olhos. O olho não se desenvolveu. O olho parece sim ser normal. Zero sintoma ou aparência diferenciada. Mas o cérebro favorece apenas o olho que enxerga bem. E assim ocorreu desde que ela nasceu. A luz captada pelo olho é transformada para sinais nervosos que seguem pelo nervo óptico até o cérebro. No nosso caso, favorecendo o olho bom, o cérebro se acostuma a usar apenas esse olho, deixando o olho sem desenvolvimento, sem uso algum. Assim, o sistema visual para o olho “ruim” fica prejudicado e praticamente para de se desenvolver. Não se trata de “compensação” de um olho para o outro, como estamos acostumados a escutar. O indivíduo aprende a enxergar com um olho apenas. No caso da Cris, ela não teve problemas de desenvolvimento motor algum e não apresentou nenhum sinal de dificuldade para enxergar. Ela sempre enxergou muito bem. Mas com apenas um olho.

Como eu descobri? Em outubro do ano passado ao brincar de fechar um olho e abrir o outro, ela comentou: “Mamãe, com esse olho eu enxergo em 3D, igual no cinema”! Achei estranho e até imaginei que ela pudesse enxergar um pouco menos com um dos olhos. Consulta oftalmológica no final do ano, com a correria de eventos e festas? Deixei para o próximo ano e, caso houvesse a necessidade de usar algum óculos como as primas, ela iria adorar! Mas com o diagnóstico de uma doença assim, tudo foi diferente. E para variar, com a culpa que todas nós mães temos, fiquei por um tempo “remoendo” que esse período de 3 meses poderia ter feito diferença no tratamento da Cris. No início desse ano ela fez novos comentários e o pai marcou a consulta com o oftalmo para o dia seguinte. E aí tudo começou.

Convencer uma criança de 5 anos a utilizar tampão durante período integral não é uma tarefa fácil. O tampão adesivo machuca a pele, ainda que seja bonitinho e colorido. E assim começou o tratamento da Cris. Nós a levamos em 2 excelentes e renomados oftalmos para confirmar o diagnóstico. A mãe mais do que rápido se preocupou em conversar com o maior número de pessoas possível que já tivessem passado por isso. Entrei em dezenas de sites para procurar tampões que fossem divertidos, coloridos, mas ela se adaptou mesmo ao tampão de silicone, visualmente menos estético. Compramos 2 óculos. Um para o dia-a-dia com o qual ela possa fazer atividades esportivas e brincadeiras, e um outro para festas. Claro que esse mais bonito ela adora usar também em qualquer ocasião. Mas a minha maior preocupação estava com a auto-estima dela e com o tratamento que se estenderá até os 9-10 anos de idade.

Quando foi que eu chorei? Chorei quando colei um tampão no meu olho. Por 15 minutos. Tirei e chorei por 1 hora depois de ter experimentado o que é isso para ela. Só tentei imaginar que além do tampão, diferentemente de mim que fiquei enxergando com um olho bom, ela com o tampão no olho bom passa a enxergar apenas com olho ruim, com apenas os 25%, e ainda, precisando do óculos para corrigir os 4º de hipermetropia.

Além da adaptação ter sido ótima, o tratamento já mudou 3x! Ela modificou os períodos de utilização do tampão porque sua visão já alcançou 90% no olho “ruim”. A tarefa agora é manter esses 90% e partir para a segunda e terceira fase. Essas fases não são explicadas. Eu tive que me virar para entender isso direito porque os médicos mencionam apenas “ah, o tratamento é lento… tem chão”!

E a moral da história é… LEVEM SEUS FILHOS(AS) AO OFTALMOLOGISTA. Se vocês não receberam orientação de seu pediatra ou da sua escola, o façam agora. Orientem e alertem suas amigas e familiares. Isso deveria ser óbvio como levar seus filhos ao dentista. Mas não o é para muitas famílias. Não o foi para nós. E sem deixar a peteca cair, e com fé, faremos tudo para que a nossa filha Cristiana seja um exemplo de sucesso no tratamento da Ambliopia!

POR FERNANDA FLORET, em “Vestida de mãe

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